Tuesday, November 30, 2010

Máscaras Sociais

Aprendi que a vida deveria ser como uma poesia; Intensa, livre e bela...

Não me refiro as forma de frases com métricas e mensagem, mas a poesia como um estado de espírito.

A vida é um fragmento de tempo... A liberdade e a beleza certamente a fazem melhor...

A liberdade de poder olhar no espelho e não ver uma máscara, mas um rosto que possa gritar chorar, questionar, de forma verdadeira e sincera. Saber ler nas entrelinhas de nossas faces a verdade que o olhar às vezes teima em esconder.

O Parecer agiganta-se, o Ser atrofia-se.

O homem confunde-se com o papel social que realiza, com os penduricalhos sociais (títulos, cargos etc.) que as organizações lhe permitem ter, tornando-se cada vez mais frágil, inseguro, instável. Obviamente não há possibilidade de uma sociedade saudável com um abismo tão grande entre o ser e o parecer, entre o dizer e o fazer, entre o ser e o fazer.

É preciso repensar... Pensar o Ser.

Chegamos a um ponto culminante, pois aquilo que somos quando sabemos quem somos, escondemos, diminuímos, espezinhamos; permitimos somente a emergência do aparecer, das máscaras, daquilo que Jung chama de persona. As máscaras nos permitem realizar no social um pequeno fragmento do nosso ser o restante permanece atrofiado, reprimido e, muitas vezes, pronto a emergir de forma sombria, projetada nos “bodes expiatórios sociais”
Para Rousseau, o “homem natural” é dotado de duas paixões: o amor de si e a pitié (a compaixão). O amor de si é o cuidado consigo mesmo e tudo aquilo que garante a sobrevivência do homem; a pitié é uma paixão que nos transporta para o outro, todos os outros, pois através dela nos é impossível ficar indiferentes diante daquele que sofre.

Com o enfraquecimento da pitié só resta o “mundo do eu”, a fúria do eu que só cuida dos seus interesses e é incapaz de alcançar o outro.
Existem “perigos no ar”: catástrofes produzidas pelo desequilíbrio ecológico; catástrofes sociais e políticas produzidas pelo desequilíbrio da alma; catástrofes que podem ser produzidas pela própria ciência quando esta se separa da ética.

É responsabilidade de cada um de nós, mas também das organizações, mudarem à direção, o caminho.

Que a vida possa ser poética, que o Ser possa sobrepor-se e a alegria possa ser singela, como o cantar de um pássaro, como o sorriso de um filho, o beijo do ser amado e a grandeza do sol que nos acolhe nas manhãs.